domingo, 21 de agosto de 2011

Fases...

Independente de ser ou não um habitante da prisão mental conhecida como Grande Caverna, o ser humano tem pensamentos mutáveis à medida que vai crescendo. Isso acontece porque a mente adquire forma enquanto passa por experiências, e são estas quem definem futuramente a personalidade do indivíduo – isto se ele se não se desligar das suas lembranças e origens depois, porque é tudo muito relativo. O que a pessoa é se reflete em parte nos seus gostos e preferências. Em suma, os gostos são uma extensão da pessoa, e ele pode variar ou mudar dependendo da sua evolução. Na música, isso não é diferente.

Como os gostos são uma extensão do que a pessoa é, ela passa a gostar de certos sons que se identifica de alguma forma, sejam eles qual forem. Assim as pessoas ouvem música porque lembram de um dia que os marcou, uma situação engraçada; ou porque simplesmente lhe é agradável aos ouvidos, independente de qualquer fato. Cada caso é um caso.

Onde entra o Rock nessa história? Bem, como as pessoas o conhecem? Isso também depende. Podem conhecer como:

. Um estilo barulhento e de difícil compreensão,
. Um estilo hedonista e inconsequente,
. Um estilo grandioso que teve sua época que não volta mais,
. Um estilo depressivo que mostra a face obscura do mundo,
. Um estilo cheio de técnicas instrumentais inspiradas e complexas,
. Até um estilo de Satan – o preferido dos religiosos crucificadores.

Esses preconceitos se tornam irrelevantes no momento que a pessoa decide conhecer o Rock além do nome. Começa a pesquisar e procurar pelas bandas mainstream que todos sabemos quais são, e a partir daí, sua forma de pensar pode mudar ou não.

Mas vamos ao ponto principal: uma verdade inconveniente que ninguém gosta de falar muito é que a maioria das pessoas que ouvem e consomem Rock são jovens de 12 a 20 anos, que por estarem no período de transição da fase infantil à adulta, mudam de ideia e opinião como trocam de camisa. Então, enquanto vão experimentando coisas, se descobrindo e decidindo o que querem, seus gostos pelo Rock podem tanto permanecer para sempre quanto acabar de uma hora pra outra.

Isso quer dizer que, se o jovem que visita isto aqui escolheu ser true, ser contra estilos musicais hereges, conhecer todo esse mundo brutal e louvar Odin, daqui pra frente ou mais adiante ele pode esquecer tudo isto e andar num rumo diferente do Rock, não importando o quanto ele esteja convencido de que não mudará.

Mas em verdade vos digo: quem não evolui não é sábio o bastante para reconhecer que nada se sabe, e que buscar o conhecimento máximo até o fim é o mais justo que se pode fazer para aproveitar o que foi nos dado desde o início da nossa vida: a inteligência. Assim como as pessoas podem ser mente-fechada para não conhecerem o Mundo True, podem também ser mente-fechada para não querer sair dele.

O que isso quer dizer? Que no fim, toda a paixão pelo Rock um dia acabará inevitavelmente? Não, mas somente que a mudança é uma parte natural da vida, pois todos crescemos. Por isso os gostos mudam, e o que é bom hoje pode ser ruim e cansativo depois. A pessoa pode tanto perder o tesão que tinha pelo Rock como também pode não gostar mais dele tanto quanto antes. Este autor já presenciou muito essas coisas:

. Alguns que curtiam Metal e Música Erudita ao mesmo tempo passaram a viver apenas de música calma e ambiental, como orquestras instrumentais;
. Outros que curtiam Rock em sua glória dos anos 70 passaram a gostar de toda velharia que fosse, de New Wave a Música Popular (leia-se Pop) antigo;
. Houveram outros que depois de passar muito tempo prestando serviços a Deus Metal passaram a, ironicamente, não rejeitar nenhum estilo musical. As únicas exceções foram os estilos que não edificam em nada a mente ou que simplesmente não agrada;
. Os mais “polêmicos” casos são aqueles que, não importando o nível de conhecimento de Rock/Metal que tiveram, se tornaram hereges com orgulho. E por que? Porque aquela atitude rebelde e inquietude foi apenas uma fase.

Poucos são os que continuam firmes e fortes no caminho do Rock, mas também não deixaram de apreciar os estilos hereges, pois aprenderam a apreciar tudo de bom que os dois mundos têm a oferecer. É comum achar headbangers que gostam de MPB, Bossa Nova, Música Clássica, Blues, Jazz, Funk (não o Carioca), entre outros.

Mas a evolução não é bem recebida por aqueles que querem a todo custo permanecer na sua vida gloriosa louvando Odin e discriminando estilos hereges... típica atitude de gente religiosa. Estes nem ousam ouvir tais estilos profanos, apenas por medo de gostar. De gostar! Eles não podem gostar de música além do Rock, porque “não é true”. As regras pré-estabelecidas por extremistas e tr00s envenenam a mente destas pessoas mente-fechada que são inseguras o bastante pra não ouvir nada que não seja rocker. Ouvir música não faz mal! Pelo contrário, é bom variar, pra não ficar na mesmice.

No fim, enquanto adquirimos mais conhecimento, mais experiências e vivência, nossos gosto mudam. O Rock pode tanto ser eterno como não ser.

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Este post foi inspirado numa conversinha marota que este autor que vos fala teve com um amigo que estava escutando uma banda alternativa ae, e ele explicou que “chega uma hora que você cansa do iron Maiden e essas coisas e começa a ouvir mais”. Rapidamente este autor fez umas piadinhas sobre o assunto:

"É, sei bem como é. Alguns depois do Iron vão pra coisas mais pesadas, tipo Mastodon, Dimmu Borgir, Deicide, essas coisas barulhentas, sabe. Outros gostam de ser mais cult e ouvem... The Cardigans, The Killers, Weezer, Coldplay... esses Indies aí, sabe essas coisas bunda-mole? Então, pois é. Também tem aqueles que... tão numa boa e tal, começam a ir no Pagode, no Baile Funk, na micareta, porque no final das contas foi tudo uma moda de Guitar Hero!"

Um comentário:

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